quinta-feira, 20 de agosto de 2009

"O oprimido, o torturado, o que vê ser destruída sua carne sofredora, todos eles simplesmente gritam, clamando por justiça:
– Tenho fome! Não me mates! Tem compaixão de mim! – é o que exclamam esses infelizes.
[...] Estamos na presença do escravo que nasceu escravo e que nem sabe que é uma pessoa. Ele simplesmente grita. O grito – enquanto ruído, rugido, clamor, protopalavra ainda não articulada, interpretada de acordo com o seu sentido apenas por quem “tem ouvidos para ouvir” – indica simplesmente que alguém está sofrendo e que do íntimo de sua dor nos lança um grito, um pranto, uma súplica. É a “interpelação primitiva”Dussel
O outro em Dussel inrompe das entranhas do mundo natural, como força de um imenso vulcão que explode em larvas mediante a ação sofrida. Não se é possivel deixar de observar, deixar de perceber, deixar de participar deste evento surgido em consequência de uma ação que no contexto do social, não é natural, mas sim evidentemente é causadora da mais cruel dor.

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